André Freixo
Apenas com 73 desistências oficiais num universo de 941 estudantes estrangeiros inscritos em programas de mobilidade, em que o mais conhecido é o “Erasmus”, no segundo semestre na Universidade de Coimbra (UC) constata-se que grande parte destes alunos manteve a “ligação” às instituições de ensino superior de Coimbra, seja com permanência na Lusa-Atenas, seja com o regresso ao país de origem e a continuação dos estudos através dos meios online.
Todavia, apesar deste “quadro” ser positivo relativamente ao modo como a mobilidade estudantil está a encarar a pandemia da Covid-19, os próximos tempos prometem não ser fáceis, começando, claro está, já pelo próximo semestre que será no ano lectivo de 2020/2021. «Nos programas de mobilidade da Europa existe muita incerteza. Não sabemos se virá uma segunda ou terceira vaga da pandemia, se irão abrir-se fronteiras, se existirão voos, entre outras coisas. Há uma incerteza global quanto à mobilidade estudantil neste momento», afirmou João Nuno Calvão da Silva, vice-reitor das Relações Externas e Alumni.
«Não queremos deixar cair, de forma nenhuma, os programas de mobilidade internacionais e essa é a nossa posição. Com todas as preocupações e conscientes do actual quadro, iremos acompanhar o que será decidido pela Comissão Europeia em termos flexibilização e, com os devidos ajustamentos, sempre em interacção com as nossas oito faculdades, criar condições para que os estudantes possam cumprir o sonho que têm de estudarem noutro país», explicou Calvão da Silva. Contudo, o vice-reitor sabe que a «forte crise social e financeira que se avizinha e pela qual se está a passar vai afectar essa mobilidade» nomeadamente, apontou, «dos estudantes brasileiros na Universidade de Coimbra».
Estudo revela que 33,4%
regressaram ao seu país
Ontem foi revelado, igualmente, um estudo da Eramus Student Network Portugal (ESNP) que se baseia num inquérito a 2.434 estudantes de 82 nacionalidades pelo país inteiro. Segundo o documento, entre os estrangeiros que estavam a estudar em Portugal, foi revelado que um em cada três dos inquiridos regressou ao seu país (33,4%) mas houve quem, mesmo querendo, não tivesse conseguido regressar (3,2%). Pedro Valente, presidente da delegação da ESN de Coimbra, destacou que as instituições de Coimbra «tiveram bastante cuidado e agiram de forma muito positiva» nesta fase. Segundo os dados recolhidos pela ESN Coimbra, na perspectiva do líder da associação, «grande parte dos estudantes regressaram aos seus países mas continuam a ter aulas online e os que permaneceram estão a ser ajudados pelas respectivas instituições», concluiu.